Milk é um excelente biopic sobre a vida de um homem que soube ser um cidadão de plenos direitos como poucos o ousaram ser. Harvey Milk foi o primeiro cidadão americano assumidamente homossexual a ser eleito para um cargo governativo público.
Durante o filme, fica a convicção de que Harvey era alguém com uma mentalidade avançada para o seu tempo. Dotado de uma inteligência e capacidade argumentativa ímpar, das quais nunca fazia uso por rancor ou vingança, utilizava-a de forma perspicaz e sempre com algum humor; algo que fica bem patente nas cenas dos debates. Aliás, nestas cenas, a argumentação utilizada por Harvey é de tal forma bem construida e adequada que se torna irrefutável por argumentos que venham do campo da razão com a premissa da igualdade de direitos.
Gus Van Sant decidiu cruzar imagens de arquivo com cenas filmadas dando um aspecto documental ao filme, mas estas nunca surgem de forma forçada ou desadequada. A integração e utilização das imagens reais imprime força e veracidade ao filme.
Sean Penn aparece num registo brilhante e, na minha opinião de leigo interessado, merecedor do óscar. O trabalho de Penn é excelente pois durante o visionamento apenas percepcionamos Harvey Milk. Tudo foi trabalhado ao pormenor (voz, tiques, postura, etc) até que o actor desaparecesse completamente no personagem.
De salientar ainda o trabalho do restante elenco que não destoa do trabalho do actor principal. Emile Hirsch, protagonista daquele que foi para mim o melhor filme a estrear em 2008 (Into The Wild), volta a ter um bom desempenho, bem como Josh Brolin, que ultimamente prima por participar sempre em filmes interessantes.
Um filme com um tema tão actual e importante, que divide a sociedade civil em qualquer parte do mundo, gera sempre controvérsia e este não foi excepção. Milk não escapou às manifestações de repúdio e até na passadeira vermelha da cerimónia dos óscares houves protestos. Curiosamente, na sala de cinema a que fui houve um sr. de meia idade que não se absteve de fazer alguns comentários plenos de intolerância e preconceito.
Sinceramente não consigo compreender por que é que as pessoas não respeitam o direito à diferença. Se a sociedade aprendesse a respeitar as opções individuais de cada um certamente que todos seríamos pessoas mais felizes e educadas.
Este é um daqueles filmes que todos devem ver, mais que não seja porque é um grande trabalho de um actor e porque mostra aquilo que uma sociedade participativa e interveniente pode conseguir.
Milk - Gus Van Sant (2008)
Durante o filme, fica a convicção de que Harvey era alguém com uma mentalidade avançada para o seu tempo. Dotado de uma inteligência e capacidade argumentativa ímpar, das quais nunca fazia uso por rancor ou vingança, utilizava-a de forma perspicaz e sempre com algum humor; algo que fica bem patente nas cenas dos debates. Aliás, nestas cenas, a argumentação utilizada por Harvey é de tal forma bem construida e adequada que se torna irrefutável por argumentos que venham do campo da razão com a premissa da igualdade de direitos.
Gus Van Sant decidiu cruzar imagens de arquivo com cenas filmadas dando um aspecto documental ao filme, mas estas nunca surgem de forma forçada ou desadequada. A integração e utilização das imagens reais imprime força e veracidade ao filme.
Sean Penn aparece num registo brilhante e, na minha opinião de leigo interessado, merecedor do óscar. O trabalho de Penn é excelente pois durante o visionamento apenas percepcionamos Harvey Milk. Tudo foi trabalhado ao pormenor (voz, tiques, postura, etc) até que o actor desaparecesse completamente no personagem.
De salientar ainda o trabalho do restante elenco que não destoa do trabalho do actor principal. Emile Hirsch, protagonista daquele que foi para mim o melhor filme a estrear em 2008 (Into The Wild), volta a ter um bom desempenho, bem como Josh Brolin, que ultimamente prima por participar sempre em filmes interessantes.
Um filme com um tema tão actual e importante, que divide a sociedade civil em qualquer parte do mundo, gera sempre controvérsia e este não foi excepção. Milk não escapou às manifestações de repúdio e até na passadeira vermelha da cerimónia dos óscares houves protestos. Curiosamente, na sala de cinema a que fui houve um sr. de meia idade que não se absteve de fazer alguns comentários plenos de intolerância e preconceito.
Sinceramente não consigo compreender por que é que as pessoas não respeitam o direito à diferença. Se a sociedade aprendesse a respeitar as opções individuais de cada um certamente que todos seríamos pessoas mais felizes e educadas.
Este é um daqueles filmes que todos devem ver, mais que não seja porque é um grande trabalho de um actor e porque mostra aquilo que uma sociedade participativa e interveniente pode conseguir.
Milk - Gus Van Sant (2008)
Sem comentários:
Enviar um comentário