sexta-feira, 12 de junho de 2009

The Reader

Recordação n.º 2.

The Reader é mais um filme cujo pano de fundo é o holocausto, não sendo por isto original, faz aquilo que alguns dos filmes mais recentes sobre esta temática têm feito: não discorrer exactamente sobre a guerra mas sobre uma pequena história paralela.

Kate Winslet tem neste filme uma actuação brilhante, mais uma na sequência de outras como em Little Children (uma grande pérola de Todd Field de 2006) e Revolutionary Road, isto só para citar os 2 últimos filmes que vi desta Sra.. Foi com o desempenho neste filme que ganhou o óscar (após outras 5 nomeações sem sucesso!), que quanto a mim é muito merecido.

É muito complicado falar deste filme por 2 motivos: primeiro porque se revelar muita coisa estrago o visionameno e segundo porque me causa sentimentos ambíguos, deixa-me em conflito com os meus valores.

Citando um amigo: o filme é "o retrato de uma paixão fugaz, com sentimentos que perduram ao longo de décadas" e onde a intimidade está sempre presente, e é explorada até ao ínfimo... e mais não digo para não estragar a boa surpresa que é ver este filme.

Este filme teve a capacidade de gerar em mim sentimentos muito díspares, capazes de me levarem a questionar a minha forma de pensar. Ao longo do filme, e de forma bastante súbtil, há uma humanização de verdadeiras atrocidades, há como que a apresentação de atenuantes, desculpas e motivos para actos monstruosos, a mostrar que o mundo não é a preto e branco, por muito que isso me custe.

O grande senão deste filme é a caracterização que, após visionamento do The Curious Case of Benjamim Button, apenas pode ser apelidada de horrível, muito para lá do péssimo.

Revolutionary Road

Aqui vai então a primeira recordação.

Revolutionary Road é um filme muito intenso, que nos envolve exige a atenção e que nos faz pensar em nós e naquilo que ambicionamos.

Um enredo que nos mostra a típica sociedade americana dos anos 50: um casal, a viver nos subúrbios de Nova York, em que o marido trabalha na grande cidade e esposa é dona de casa. Este carácter uniformizador de expectativas, pessoas e vidas que o sonho americano promove é explorado intensamente ao longo do filme.

De salientar 3 óptimas interpretações: Kate Winslet, Leonardo DiCaprio e Michael Shannon. Este último dá vida a John Givings , um enorme catalisador do filme pois cada vez que este personagem surge o enredo muda de direcção e o drama intensifica-se.

P.S.: Pena ter tido a infelicidade de partilhar a sala com um bando de selvagens inergúmenos, cuja adolescência, não justifica a sua incapacidade de ver um filme e respeitar quem estava interessado em o ver.

A ausência!

Caros leitores, como por certo terão reparado, há muito que nada de novo surge neste estaminé. Será que fechou? Não. Entendam a ausência como um interregno, longo é verdade, mas inevitável para quem tem outros afazeres.

Assim sendo, e porque o interregno não se limitou ao blog, estendeu-se também ao visionamento de bom cinema, tenho na minha mente uns quantos filmes pendentes de que vos irei falar... neste caso recordar. Tentarei ser breve nas recordações!

Ora estão vamos lá que a gerência tem novidades...