sábado, 24 de janeiro de 2009

Oscar - Os prognósticos

Então aqui vão os prognósticos e desejos para os principais óscares:


Best motion picture

Quem ganha: Slumdog Millionaire

Quem acho que merecia: Milk


Best Actor in a leading Role:

Quem ganha: Mickey Rourke

Quem acho que merecia: Sean Penn



Best Actress in a leading Role:

Quem ganha: Kate Winslet

Quem acho que merecia: Kate Winslet


Best Actor in a Supporting Role:

Quem ganha: Heath Ledger

Quem acho que merecia: Heath Ledger



Best Actress in a Supporting Role:

Quem ganha: Viola Davis

Quem acho que merecia: Penélope Cruz



Best Director

Quem ganha: Danny Boyle

Quem acho que merecia: Gus Van Sant


Best Screenplay

Quem ganha: Milk

Quem acho que merecia: WALL.E



Best Screenplay based on previous material

Quem ganha: Slumdog Millionaire

Quem acho que merecia: The Reader


Best Animated Film

Quem ganha: WALL.E

Quem acho que merecia: WALL.E



Best Foreign Film

Quem ganha: Vals Im Bashir

Quem acho que merecia: Vals Im Bashir

Coeurs

Para além do interesse despertado na altura da sua estreia, o facto deste filme ter sido eleito por um crítico de cinema (João Lopes) como um dos 10 melhores filmes estreados em Portugal de 2008, instigou a minha curiosidade e como tal decidi vê-lo.

Coeurs é um filme morno e parado com um enredo pouco complexo e algo confuso. Este filme acompanha a história de 6 personagens que acabam por se irem cruzando umas com as outras... o normal portanto!

Em termos técnicos o filme é interessante, as cenas são sempre curtas e com poucas personagens e a transição entre cenas é sempre acompanhada pela queda de neve, características que, por oposição à história, conferem algum dinamismo ao filme.

Certo é que não figurará nem no meu top 30 quanto mais no top 10 e, para filme francês, já vi bem melhores em 2008.

Coeurs - Alain Resnais (2006)

Die Fälscher

O cinema e actores europeus há muito que vêm conquistando o seu espaço, é disso um bom exemplo os 4 óscars para actores europeus em 2008.

Este filme, também ele "oscarizado", tem por base factos verídicos dessa temática incansável e inesgotável que é a 2ª Guerra Mundial e o Holocausto.

Um falsificador, o mais famosos do mundo de acordo o filme, é apanhado pelas forças nazis que o levam para um campo de concentração e o colocam, ou tentam, a trabalhar para eles falsificando libras e dólares.

O filme apresenta o choque entre o idealismo reaccionário, que advoga uma resistência inevitavelmente suicida por parte dos prisioneiros, e uma visão pragmática de sobrevivência, que admite que tudo se faça para sobreviver independentemente das consequências que daí advenham.

É um filme bom, com uma boa história e sem nada a apontar a actores pouco conhecidos (não sendo anglosaxónicos são geralmente sempre pouco conhecidos mas enfim!) mas que, para quem ganhou o óscar, parece pouco sobretudo se pensarmos que Persepolis, esse sim um filme soberbo, poderia muito bem estar nesta corrida.


Die Fälscher - Stefan Ruzowitzky (2007)

The Curious Case of Benjamim Buton

Após ter ido ver este filme ao cinema, honestamente não imaginava que ele fosse obter 13 nomeações para os óscars. Ok o filme é bom mas não é preciso exagerar, parece-me que muitas das nomeações não irão passar disso mesmo, à excepção daquelas que dizem respeito a elementos técnicos.

O filme trás-nos uma história inverosímil que até parece credível. Um ser humano que nasce velho e que com o passar do tempo vai ficando mais novo, enquanto tudo em seu redor envelhece e decai, incluindo a seu grande amor.

Um filme ao estilo de Forrest Gump (confesso que na altura não me ocorreu tal coisa mas depois de ler e ouvir algumas coisas esta ligação não é assim tão absurda) em que o mundo do personagem principal se vai alterando consoante as suas capacidades físicas vão aumentando.

Brad Pitt, depois do papel bem-humorado e acéfalo de Burn After Reading, tem novamente um óptimo papel no qual confirma as suas qualidades. Há quem diga que não foi a melhor escolha para o personagem, mas já se sabe que especular é fácil. Quanto a mim parece-me que ele esteve bem pois conseguiu interpretar bem o personagem em qualquer das idades. De salientar ainda que, o fazer todas as idades do personagem foi condição sine qua non para aceitar o papel.

Cate Blanchet, uma das melhores actrizes da actualidade corresponde com a habitual qualidade e Taraji p. Henson, ainda uma ilustre desconhecida, surge com um bom desempenho que lhe valeu uma nomeação para o óscar de melhor actriz secundária.

Um bom filme a não perder e que me parece será o inevitável derrotado na noite de 22 de Fevereiro.


The Curious Case of Benjamim Buton - David Fincher (2008)

Seven Pounds

Começa a ser hábito Will Smith trazer-nos por alturas de óscars um bom filme para visionarmos, mas a tentativa de repetir uma fórmula que ano passado resultou muito bem, este ano funciona menos bem.

Seven pounds é um filme que nos vais prendendo a atenção ao longo do filme, vai-nos cativando, levando à indagação de qual a lógica de tudo o que se está a passar até que, já perto do final tudo fica esclarecido (se calhar até esclarecido demais!), pelo menos para quem andou atento a alguns pormenores do filme.

Comparativamente com The Pursuit of Happyness, sendo ambos dramas tocantes e intensos, este filme é menos objectivo (mais "empastelado") e menos conseguido, apesar de ter um enredo ligeiramente mais complexo e intrincado mas também mais espremido.

Will Smith apesar de aparecer em bom plano, tem um papel que ao contrário do ano passado dificilmente lhe valerá uma nomeação para o óscar de melhor actor principal (sim, escrevi isto ainda antes de saírem os nomes dos nomeados que confirmaram as minhas suspeitas). Rosario Dawson não cativa só pela sua beleza, que é muita, mas pela sensação de credibilidade e segurança que a sua actuação transmite.

Um filme a ver que ficou aquém das expectativas.

P.S.: Obrigado à amiga Sofi pelo filme e companhia.


Seven Pounds - Gabriele Muccino (2008)

Once

Once é simples, com personagens e enredo simples, mas que resultam num filme muito bom com uma banda sonora genial e imperdível.

Não procurem neste filme cenas hollywoodescas, efeitos especiais, imagens de grande beleza ou um universo idílico e embelezado; é um filme despretensioso cuja única ambição é contar a uma pequena história sobre dois personagens sem qualquer tipo de embelezamento da realidade.

Não é um musical, mas quase que o poderia ser porque, ao contrário de por ex.: Mamma mia!, aqui as músicas não entram à martelada ou caídas de paraquedas sabe-se lá de onde, elas discorrem naturalmente do filme, fazem parte dele e as suas letras são imprescindíveis para o desenrolar da história.

Esta película ganhou o óscar de melhor música original contra 3 canções de Enchanted, um filme muito banal da Disney e uma de August Rush, um filme simpático e bastante agradável de se ver e ouvir. Para mim que apenas não vi a totalidade o filme da Disney (ao que parece não perdi nada!), este é um prémio justíssimo.

Este filme, a par de Juno (mais um daqueles que todos devem ver!), são os filmes independentes do ano passado, mas ao contrário de Juno este não chegou às salas de cinema em Portugal. A pergunta é sempre a mesma: que raio de critério é este?


Once - John Carney (2006)

Vals Im Bashir

Mais um filme de animação, recentemente premiado com um globo de ouro, que versa sobre o eterno conflito entre Israel e os países árabes em seu redor.

Ari Folman conta na 1ª pessoa a sua experiência da 1ª Guerra do Líbano (1982) e dos Massacres de Sabra e Chatila; é um filme biográfico e de guerra que mostra bem a violência e violação de direitos humanos que os conflitos religiosos provocam.

Fui atraído para ver esta película com a impressão de que seria "na onda" de Persepolis (2007) e, de certa forma não me enganei, mas quanto a mim é inferior ao referido filme em vários aspectos.

Apesar de perceber muito pouco do assunto, acho o traço de Persepolis mais bonito porque é mais simples e consegue ser mais expressivo. Para além disto, a fluidez de movimentos dos personagens neste filme é um pouco estranha, até pode ser uma marca pessoal ou estilo do autor, mas não gostei particularmente.
Depois porque Persepolis consegue narrar e mostrar melhor a história (o recurso a marionetas é um bom exemplo disso).
Para além disto, acho que "Valsa com Bashir" perde alguma dinâmica de filme por assumir a dada altura quase um tom documental. O que por outro lado é uma característica marcante deste filme, diferenciando-o do outro.

Contudo gostei muito do filme, a animação é muito interessante e a história ainda mais. Filmes como estes dois que referi neste post parecem ser o surgir de um novo género dentro da animação; género esse que se distancia dos filmes da Disney, Pixar e outros por nos mostrarem oi mundo real e por acreditarem que a animação também pode e deve ser para adultos.


Vals Im Bashir - Ari Folman (2008)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Australia

Australia é um filme que nos leva até um continente longínquo, que nos mostra paisagens tão díspares como o deserto e o mar.

Este filme de aventura, que nos mostra a "empreitada" de Lady Sarah Ashley (Nicole Kidman) e de Drover (Hugh Jackman), é aquilo a que poderemos chamar de filme épico, à semelhança de "Gone with the Wind" (1939) , "Out of Africa" (1985) e "The Wizard of Oz" (1939). Aliás, a música deste último filme é marcante nesta película de Baz Luhrmann.

Um bom filme que merece ser visto, apesar de quanto a mim nunca atingir a criatividade e genialidade de "Moulin Rouge!" (2001).
O "pãozinho-sem-sal" que é Nicole Kidman faz uma boa interpretação, bem como Hugh Jackman que encarnou muito bem o personagem. Destaque para Brandon Walters (Nullah) que para primeiro filme está muito bem.

De salientar ainda neste filme a temática dos aborígenes e de toda a política racista, segregacionista e desumana seguida pela Austrália até 1973. Até esta data, um australiano branco poderia matar um aborígene sem que isso constituísse qualquer crime. Para quem quiser através do cinema saber um pouco mais sobre este assunto recomendo vivamente o visionamento de "Rabbit-Proof Fence" (2002).


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Maratona Cinematográfica das Festividades

A época natalícia é sempre propícia ao visionamento de muitos filmes.
Este ano não foi diferente e, para ajudar o Pai Natal trouxe-me o H5N qualquer coisa de presente. Assim, depois de contribuir para o entupimento dum hospital local, aproveitei para ver várias películas.


Assim, entre 24 de Dezembro e 4 de Janeiro vi:

Over the Edge - Tim Johnson & Karey Kirkpatrick (2006)
Filme de animação bem simpático e ideal para a quadra vigente. Gostei de o ver, tens bons momentos de diversão combinados com algumas alfinetadas à nossa forma civilizacional. Bom filme ainda que não traga nada de novo ao género, tende a ser essencialmente um filme para a pequenada.


Vantage Point - Pete Travis (2008)
Filme com alguma originalidade cuja filmagem por certo terá requerido enormes cuidados e detalhes. A mesma história, a mesma cena é-nos mostradas de várias visões e ângulos de modo a através das partes depreendermos o todo. Apesar de não ser uma obra prima superou largamente as expectativas.

Before the Devil Knows You're Dead - Sidney Lumet (2008)
Perseguia este filme à muito, tentei vê-lo 3 vezes no cinema e acabei por vê-lo em casa. Este filme acompanha à vez 4 personagens durante os mesmos períodos de tempo, o que faz com que tenhamos por vezes partes de conversas repetidas durante o filme mas que nos são mostradas de outro plano. É um bom filme ainda que a espaços espastele um pouco.


Serpico - Sidney Lumet (1973)
Depois de ver
12 Angry Man (1957), também deste realizador, fiquei curioso para ver este filme; e devo dizer que não me desiludiu. Um grande drama, sobre um polícia incorruptível que luta contra todos os esquemas de extorção e corrupção vigentes na polícia Nova-Iorquina. Apesar de estar uns furos abaixo do filme de 1957, a todos os títulos genial e imperdível, este filme é também brilhante e conta com uma grande performance de de Al Pacino (nesta altura com uma voz muito estranha!).


Lemony Snicket's a series of Unfortunate Events - Brad Silberling (2004)
Já tinha viste este filme à muito tempo e esta foi uma boa oportunidade para o recordar. Divertido e com uma estética que a espaços se assemelha à de Tim Burton, é um bom filme de entretenimento que conta com um Jim Carey em bom plano.

Trainspotting - Danny Boyle (1996)
Uma viagem tresloucada pelo mundo da violência e da droga passada na Grã-Bretanha escocesa. Um filme violento, realista, cru e pouco polido, filmado de forma inteligente e interessante que fazem dele um dos melhores filmes que já vi. Foi uma surpresa ver o jovem
Ewan McGregor encaixar tão bem num papel deste tipo.


Charlie and The Chocolate Factory - Tim Burton (2005)
Confesso que já tinha visto este filme por 2 vezes e agora foi mais outra. Uma prestação brilhante de Johnny Depp, um filme repleto de criatividade e montanhas de chocolate sabem sempre bem rever.

007 Casino Royal - Martin Campbell (2006)
Mais um repetente. Vi o regresso em grande de 007 no cinema e, depois de ver a semi-desilusão que foi Quantum of Solace, soube muito bem recordar uma das melhores surpresas de 2006. Daniel Craig é um bond à minha medida, sem mariquices no martini e sem adornos nas vestimentas; esperemos que o próximo "Bond, James Bond" seja mais próximo de Casino Royal e menos da Triologia Bourne.

Barnyard - Steve Oedekerk (2006) Vs. The Incredibles - Brad Bird (2004)
Ora porquê 2 filmes juntos? e ainda por cima tão díspares em qualidade?
Porque estavam a dar à mesma hora em 2 canais de TV diferentes e eu comecei a ver um e acabei a ver o outro.
Escolhi ver o primeiro porque ainda não o tinha visto e arrependi-me amargamente; desisti logo no primeiro intervalo. Um filme de animação completamente intragável... a este sim chama-lo-ia de "apenas mais um filme de animação com animais". Optei então por recordar o filme do Sr. que entretanto também já nos trouxe Ratatouille (2007); The Incredibles é uma animação repleta de originalidade e com grande sentido de humor.

Click - Frank Coraci (2006)
Já algum tempo que tinha alguma curiosidade em ver este filme. Moderadas expectativas, resultam normalmente em agradáveis visionamentos pois apesar de não ser nada de especial o filme cumpre bem aquilo a que se propõe: divertir e dispôr bem.
Adam Sandler traz-nos um pouco mais do mesmo, parece que este actor não sabe fazer mais do que isto... talvez Reign Over Me me mostre uma faceta diferente, talvez ele consiga descolar um pouco dos papéis cómicos.


28 Days Latter... - Danny Boyle (2002)
Um bom filme de terror para animar, ainda que com alguns lapsos que me parecem demasiado infantis. Uma história bastante plausível, um enredo pouco forçado e uns zombies bem trabalhados colocam este filme na lista "a ver". Apesar disto, é difícil perceber o que vai na cabeça do realizador quando se vê algumas das personagens fazerem as coisas mais absurdas, coisas essas que por pouco não arruínam completamente o filme. Alguém no seu perfeito juízo, num mundo dominado por zombies noctívagos fotosensíveis decide atravessar um túnel, quando pode ir pela superfície?


Master and Commander: The Far side of the World - Peter Weir (2003)
Tinha com este filme uma relação de amor-ódio, pois apesar de ter ficado com algumas imagens e partes do filme gravados na memória, quando o vi no cinema não gostei. Não sei se é pelo facto de ter um pouco de biologia à mistura, de o filme ter uma faceta darwiniana, mas ficou retido na memória e agora, após novo visionamento, acho que é um bom filme e que mereceu de facto tantas nomeações para óscares técnicos.


The Constant Gardener - Fernando Meirelles (2005)
Mais um que ansiava por ver e que já me tinha sido recomendado por inúmeras pessoas. Mais um filme sobre as atrocidades que a humanidade comete em África; curiosamente tinha visto há algum tempo um documentário, também ele chocante, sobre a conduta da indústria farmacêutica no continente africano. Ralph Fiennes está muito bem e Meirelles parece ter um toque de Midas.

WALL·E - Andrew Stanton (2008)
Fui ver esta pérola ao cinema, mas não resisti a rever com o pessoal cá de casa. Este é provavelmente uma das melhores animações de todos os tempos, neste filme tudo foi pensado ao pormenor e o resultado final é soberbo. Espero sinceramente que não fique apenas pelo óscar de melhor animação que com facilidade ganhará.

Felon - Ric Roman Waugh (2008)
Este filme não estreou nos cinemas nem passou para dvd, basicamente passou ao lado do nosso país. Um bom filme de acção sobre um prisioneiro e os seus carcereiros corruptos.
Podia muito bem ter passado no cinema que para filme de acção até é bem interessante.

A maratona culminou com uma ida ao cinema para ver Australia de Baz Luhrmann, sobre o qual falarei posteriormente.